sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Nunca vi nada assim"

Todos sabemos que a época de exames dá cabo da cabeça de qualquer um, mas há sempre tempo para uma boa conversa no bar (ou até na biblioteca) e até para ouvir conversas alheias (com a nova distribuição das mesas é agora muito possível); por isso chegou aos ouvidos de alguns elementos do Gang do Alfredo - que como é obvio só vão à biblioteca ler um livrinho de Saramago (como um caloiro deste ano) - que as notas de Imunologia tinham sido "míticas", uma pauta de "nunca vi nada assim" ! Sem mais demoras, e sem fazer barulho com sapatos altos ou com gritos de "ÁMIGA, PÁSSÁMOS Á QUIMICA FISICÁ, COM DEIZ!!!!!" a meio da biblioteca, o gang do Alfredo dirigiu-se até à frente do anfiteatro F, onde observou o maravilhoso gráfico:


Vamos ignorar os outliers e observar a parte do gráfico que indica que 60 alunos estão entre o 7 e 8 valores de nota final! Agora fica a pergunta, será o segundo ano menos inteligente, ou a tão famosa professora de Imunologia abusou no exame? Talvez duas perguntas sobre Sistema de Rhesus, que no fundo indicavam para uma mesma resposta, não é maneira de avaliar alunos, hm, talvez.

Ainda sobre conversas alheias nos corredores/E-groups, o Gang do Alfredo no meio das novelas, ainda teve tempo de ouvir mais uma: professores a queixarem-se das notas do terceiro ano?!?! É que parece que as pautas de Farmácia Galénica e Farmacologia não estão muito famosas e... para completar a sopa... Farmacognosia e Virologia, também não vão num bom caminho! Será também o terceiro ano, um ano menos inteligente?

Os bons farmacêuticos estarão em perigo de extinção??! Será que os professores se reuniram no início do ano e decidiram fazer exames... maravilhosos... neste semestre?? Será que slides tão bem feitos é maneira de ajudar os alunos? Será que escolhas múltiplas a descontar, completar espaços, e/ou exigir definições iguais às da farmacopeia é maneira de avaliar alunos? Uma coisa é certa, se fizessem exames mais focados na matéria, e não no espírito santo, talvez assim não precisassem de passar alunos com menos que 9,5...

Mas pronto, sempre podem optar por continuar a pensar que os alunos estão cada vez menos aplicados!

Tamadar1fanico mesmo!
Elite Bilhardeiro

terça-feira, 26 de janeiro de 2010



Hoje percebemos claramente que o Professor Sepodes, apesar de bem sucedido na Farmacologia, nunca poderia vingar na publicidade... Tudo graças a esta bela frase:

A sorte só favorece os audazes em algumas situações da vida e nenhuma delas é no contexto de um exame de Farmacologia I.

Elite Saúde

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Biblioteca

Em época de exames todos nós (ou quase todos) passamos pela Biblioteca, com os mais diversos objectivos: estudar, revisões de última hora, dúvidas existenciais, dois dedos de conversa, partilha de factos aleatórios, colorir slides/sebentas, etc. Independentemente do motivo da visita a pergunta que surgiu, a todos nós, foi: Que raio se passa com as mesas da Biblioteca?! Será que esta nova disposição, estilo refeitório, não irá destruir os dogmas do regulamento da Biblioteca, visto apelar, de modo gritante, ao convívio entre estudantes desesperados? Será que não vamos sentir vontade de levar os tabuleiros do bar para lá? Será que o verdadeiro objectivo é deixar rouca aquela mítica voz que grita NÃO PODEM ESTAR A FALAR NA BIBLIOTECA! ? Um dia iremos perceber... Espero que não seja necessário passarmos muito tempo neste espaço agora que a primeira volta de exames terminou... Boa sorte para o que está para vir!

Elite Saúde

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ALCINOS ALCINOS ALCINOS (janeiro - parte IV)

Alfredo, incapaz de ignorar a pluviosidade, olha pela janela e, subitamente, lembra-se dos seus pupilos, agora tão distantes da sala de Anatomia, tão ausentes, tão desaparecidos e sumidos. Por vezes, durante o semestre, reconhecia os seus passos e via os seus pobres amigos, atarefados e cansados, sedentos de cafeína que já não estimula minimamente o sistema nervoso central, seja por excesso de cansaço ou por habituação. Alfredo, que percebeu que Anatomia não o ia levar muito longe no mundo farmacêutico, volta a direccionar o olhar para o seu novo passatempo, o desenho de estruturas químicas. Pois, talvez a lembrança não tenha sido assim tão súbita... Alfredo sempre ouviu aquela juventude falar de alcinos e nunca percebeu porquê...

Alcinos são o mês de Janeiro, em que só nos apetece cortar os pulsos: descobrimos o conteúdo das nossas unidades curriculares, desconhecidas até agora porque a componente prática das mesmas é um mundo à parte (ou talvez porque temos uma vida), e decidimos, corajosamente, desafiar-nos e tentamos em aprender em dias conhecimento debitado em meses, adquirido ao longo dos anos. É a parte mais difícil da odisseia no conhecimento e a altura em que descobrimos que a nossa memória retém o conhecimento mais inútil ou mais propício à distracção. É nesta altura que nos apetece deixar cair os dois volumes da Farmacopeia Portuguesa 8 sobre os pés, para punirmos a nossa preguiça, para acordarmos para a vida. Não somos desistentes e lá vamos nós, sem medos: moléculas, formas farmacêuticas, micro-organismos, plantas, mecanismos fisiológicos, reacções, fármacos, plantinhas, fórmulas, DESESPERO!

Alfredo, agora, pensa em tatuar um alcino, símbolo da tortura mas também da coragem humana. Sabia que o caminho dos seus pupilos iria ser complicado... Mas por alguma razão escolheu-os: sabia que seriam capazes!

Alfredo, deseja, a todos, uma óptima época de exames e voltará em breve, com posts mais animados e desprovidos do desânimo que assombra está terrível época de exames!

Elite Saúde