quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Num dia de chuva, Alfredo pôs-se a pensar..."Vou mas é mandar isto tudo dar uma volta. Vai-me servir para quê, afinal? Estou para aqui a empinar conhecimento e o mais certo é chumbar... O melhor é ir dar uma volta, espairecer...".
Saiu. E andou, caminhou, atravessou estradas, saltou poças de água, escorregou na calçada portuguesa, tropeçou nas raízes de um Plátano teimoso que insistiam em conhecer a superfície, atravessou nuvens de fumo ao passar à porta de empresas e cafés, pisou dejectos caninos, praguejou, limpou o tarso, metatarso e outros ossos do pé ao canto do passeio, continuou o seu caminho, sempre a praguejar e chegou ao Cup&cino. Decidiu entrar, pois apetecia-lhe um crepe com gelado. No entanto, cedo verificou que a lei não se aplicava àquela tasca jabardolas, que, em tempos, tinha sido um simpático e agradável local, ideal para ir depois de um exame ou durante uma aula de Botânica Farmacêutica. Revoltado, ao lembrar-se do estado em que ficariam os seus pulmões, se ainda os tivesse, por fumar os excrementos do fumo dos outros, saiu.
No entanto, o crepe ficara-lhe na mente, pelo que decidiu continuar o passeio, na esperança de encontrar um local agradável, aplicador de leis recentes, onde pudesse imaginar que deliciava os quimioreceptores das suas papilas gustativas.
Cansado, decidiu apanhar o metro em Entrecampos, na direcção do Rato e seguir até ao Marquês, onde mudaria da linha amarela para a azul, sentido Santa Apolónia, para sair na Baixa Chiado. Chegado à plataforma (depois de quase ter ficado entalado nas portas, cujos sensores de movimento são algo insensíveis), foi sentar-se ao lado de um jovem extremamente bem parecido.
E o metro não chegava. Questionou-se sobre o motivo da demora e a simpática voz do altifalante respondeu : "Senhores passageiros, por motivos de ordem técnica a circulação na linha amarela encontra-se de momento interrompida."
"Boa! Era só o que me faltava! Cáráças, pá!". Para se acalmar, respirou fundo, o que causou um aumento na produção de surfactante pulmonar pelos Pneumócitos II, e olhou em volta. O jovem dirigiu-se-lhe:
"Não acredito! Logo agora que eu ia ao stand buscar a minha nova motocicleta turbinada para levar a minha namora a um concerto de rock... Consegui lugares mesmo ao lado das colunas!!!". Alfredo olhou para ele, ansioso. Ainda nessa manhã lera no Vander que a membrana timpânica poderia ser danificada por motocicletas turbinadas!!! E concertos de rock amplificados!!!! Tinha de fazer algo!
"Sabes, Jovem Extremamente Bem Parecido (este é um comentário que Alfredo pode fazer, visto tatar-se de um ser assexuado, embora outrora tenha sido um viril Don Juan/Casanova/Justin Timberlake), devias vender a motocicleta turbinada e trocar os bilhetes por outros, mais longe das colunas. Isto porque no interior dessas tuas belas orelhas, entre outras anatomias, tens uma menbrana timpânica. Essa membrana vibra com a mesma frequência das ondas sonoras e transmite essa energia através da cavidade da orelha média para a orelha interna. A partir daqui, depois de uma série de fenómenos fisicos, a informação será conduzida ao teu pequeno cérebro para que processes aquilo que ouviste. Essa membrana é facilmente danificada por sons de alta frequência ou intensidade. Se a danificares, poderás ter problemas de audição, que é como que diz, poderás ficar surdo. E tenho a certeza que não desejas tal coisa.".
Aí, o JEBP, disse "Meu monte de ossos extremamente sensual (isto foi um pouco duvidoso, já que o JEBP era, ao que parecia, um Homem e teria provavelmente genitália externa masculina, além de namorada, pelo que Alfredo o supunha heterossexual), salvaste-me de uma vida afogada em silêncio! Nunca poderei agradecer-te o suficiente! Vou já correr para o stand e seguirei os teus sábios conselhos!". E foi.
Alfredo sorriu. Afinal, estudar sempre servia para alguma coisa. Quanto mais não fosse, para saber curiosidades engraçadas acerca do funcionamento do organismo e do universo que o rodeava. Podia chumbar a alguns exames, mas teria sempre hipótese de os repetir. Sim, era esgotante, difícil, puxado, frustrante até! Mas às vezes era gratificante. E oh, que orgulho desmedido quando tal acontecia! Olhou para o relógio da estação. Ainda tinha tempo.





Elite Diva

5 comentários:

parafina falsificada disse...

Muito bem, Diva. xD Um bom post, depois de uma tarde de volta de Imuno XD

Género

Anónimo disse...

Fisiologia é inspiradora!
Não há dúvidas. =D

Alfredo disse...

bem k maximo o post ;) é sp bom ter algo pa nos rirmos um pco sn tb damos em malucos c tanto estudo!!
tas mm d parabens diva =)

Juizinho

Anónimo disse...

AAAAAAAAAAAAAAH q momento completamente inspirador ;) adorei, a serio xD

curiosamente a fisiologia inspira.nos , pena é q a inspiração não tenha tido grande tempo pra surgir no exame... LOL "a hormona tal é fundamental", "o processo tal é fundamental" [gostava de ter contado o numero de x q escrevi fundamental no exame]

agr... GO GO GO IMUNO!!

Anónimo disse...

nota: o blog do alfredo é o melhor de todos os blogs ffulianos